Histórias do dia-a-dia

21 de agosto de 2020 às 23:46

Hoje e no decorrer de toda essa quarentena eu cheguei à conclusão de que não sirvo para o online. É difícil não chegar verdadeiramente numa sala de aula, ou sair correndo com a torrada queimada na boca, não ligar que o elevador é um dos lugares mais infectados do mundo, ouvir músicas e pisar na faixa branca enquanto todos olham para você e pensam “quem é a maluca de fone na rua dançando as 7 da manhã?”, abraçar e realmente olhar a verdadeira cor dos olhos das pessoas e de suas roupas, e finalmente aguardar pela famosa sexta-feira para tirar fotos e gravar pessoas desconhecidas ou não nas aventuras da vida. Na verdade, o tema principal das minhas recaídas é saudade. Eu realmente não sei lidar com distâncias, então querido diário, eu estou bem e ao mesmo tempo mal e acho que isso é a própria do que chamamos de vida né? Tem dias que são completamente incríveis como quinta feira em que eu nunca ri tanto de uma aula e já tenho piadas internas com pessoas que só sei o nome, hobby e que querem cinema, e tem dias como hoje que estou saudosa da minha vida que não deixou de ser, ela só está fora dos trilhos assim como a de todos e incomoda não saber quando o trem vai voltar. Revi vídeos dos momentos no meu celular e mandei mensagens para adolescentes tão preocupados quanto eu, dizendo que estou morrendo de saudades. Mas o lado bom de todo esse desabafo é que provavelmente o professor da minha faculdade está lendo, isso mesmo, faculdade. Vire e mexe eu me pego pensando…eu consegui e logo depois, fico mais esperançosa que vou rever todos os meus sorrisos e carinhas preferidas de novo, tanto as novas quanto as velhas, que cai entre nós, espero me aventurar muito com elas. Pode deixar que te contarei nas próximas páginas.

Boa noite.

 

 

23 de agosto de 2020 às 19:26

Às 16:50 acabou a luz em casa e decidi arrumar um pouco meu apartamento que estava um chiqueiro, já que não conseguiria carregar meu celular e nem terminar os trabalhos da faculdade. Após arrumar o meu quarto, fui no da minha mãe, onde estava batendo sol e eu fui correndo tentar esquentar pelo menos minhas mãos que estavam a -45 graus, obviamente sem sucesso. A partir do momento que fui esticar os cobertores, uma grande camada de pó subiu e o sol iluminou aqueles pequenos pontinhos brancos se mexendo. Normalmente os olhos começam a arder quando olhamos muito para o sol mas eu fiquei tão concentrada na beleza de um simples pó de cobertor que o tempo parou, não escutava nada, nem minha mãe lavando louça ou minha irmã cantarolado no banho, era apenas eu, o sol, e os pontos brancos. Como uma bela criança, assoprei e dei risada da própria bobeira, depois estiquei os cobertores de novo, e a luz voltou. A mágica acabou, voltei para o computador. Foi um momento estranho, mas ao mesmo tempo reconfortante, porque acordei com a estranha sensação de que não irei curtir e viver intensamente meus 18 anos, mas naquela hora nem passou pela minha cabeça. Esse detalhe fez meu dia diferente da minha famosa rotina de quarentena que não acaba mais.

Até.

 

 

24 de Agosto de 2020 às 18:35

Neste exato momento me lembrei do estranho sinal ou pode ser uma conexão com o cinema em que não importa a cena do filme que esteja passando, ou a trilha sonora que estou  escutando, que eu já fico toda arrepiada, mesmo estando um calor infernal. Sempre achei que era porque ficava emocionada com certas cenas ou com frio, mas não, tudo ligado ao cinema e a arte eu recebo esse sinal de que estou no lugar certo. Talvez seja isso, e espero muito que seja, pois é o que mais me motiva a realizar meus sonhos de criar e contribuir para o mundo com a minha arte e com tudo que mais amo fazer: tirar fotos, escrever, despertar emoções nas pessoas, ajuda-las, e conhecer tudo que este planeta tenha a oferecer. Arrepios podem ser algo bem simples para qualquer pessoa, mas para mim, acho que deixa essa aventura mais interessante e emocionante de seguir. Querido diário, espero muito um dia voltar, ler esses relatos e te contar as novidades, o que eu fiz e ainda farei, mas até agora diria que estou no processo e no começo dessa longa aventura, volto e conto logo.

Até breve.

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