30.08.2020; 22:00
A ação de me expor para o próximo por meio desse diário realmente é uma coisa que me trava, eu estou a horas sentada tentando pensar em algo interessante pra escrever ou algum sentimento que vá fazer as pessoas pensarem: “uau, eu me relaciono com isso, muito bacana ”, mas sinceramente isso é muito bobo porque aí não seria um diário, seria muito mais um reality show, na qual tudo é voltado para o que o público quer, mas quem é esse público? Não deveria ser somente eu, meus sentimentos, minhas sensações. A questão de tentar agradar o externo é tão superficial, mas ao mesmo tempo está tão enraizado que as vezes acaba entrando na minha frente sem eu perceber. O insta se tornou um show de quem tem a vida mais legal, mas os bastidores que é bom, nunca é diferencial e está tudo bem, você não estar bem todos os dias, porque essa é a realidade de qualquer pessoa. Vivemos fases, as vezes boas, as vezes ruínas. Fases. Acho que a ironia entra no conceito da gente na verdade ter medo de ser feliz, porque quando muitas coisas boas estão ocorrendo, muitas vezes logo em seguida vem um pensamento do tipo: “e se tal coisa acontecer?”, “Está muito bom pra ser verdade ”. Ó ser humano, por que idades assim? É estranho pensar que a gente ouve o tempo todo como devemos ser corajosos, mas nunca vulneráveis e sinceramente essas duas palavras estão conectadas. Você se abre para alguém, estar disposto a se entregar, se mostrar vulnerável é totalmente um ato de coragem, porque fazer essas coisas dar muito medo. Eu pelo menos uso uma armadura que me protege, mas que me aprisiona. Eu fico chateada de não conseguir me livrar dessa armadura, porque é ela que me faz entrar em um looping eterno de travas. Não sei direito como fechar essa entrada, porque assim como a semana toda, Muitas coisas passaram pela minha cabeça, mas nenhuma chegou a uma conclusão, acho que elas simplesmente foram se esvaindo e muito provavelmente se esconderam em alguma gaveta da minha cabeça.